A resposta é SIM!
No Brasil, a utilização do “detector de mentiras” praticamente se restringe a programas de televisão onde algum político ou famoso aceita se submeter a testes expressos enquanto o apresentador faz perguntas.
Entretanto, brasileiros que desejam fazer alguns cursos ligados à área de segurança pública nos Estados Unidos somente são admitidos se passarem pelo polígrafo.
Parte-se da premissa de que, ao mentir, qualquer pessoa fica nervosa, conclusão que não tem tem respaldo científico para tal generalização. Os melhores mentirosos não se alteram nem um pouco e são aqueles que podem causar os maiores danos.
O poligrafo NÃO DETECTA MENTIRAS. Essa máquina mede certos parâmetros do
Sistema Nervoso Autônomo (SNA) que indicam mudanças (até mesmo sutis) emocionais nas pessoas, normalmente relacionadas ao nervosismo, desconforto ou medo. São estados de excitação do SNA, indiretamente relacionados à mentira em um segundo nível.
Também explicamos que o grande problema é que essas alterações podem ocorrer por diversos motivos, segundo o princípio da equifinalidade, obedecido pelo nosso psiquismo.
Nosso psiquismo segue do
Princípio da Equifinalidade, segundo o qual você pode observar o mesmo resultado que foi causado por razões diferentes. Normalmente, os sinais interpretados como mentira são manifestações de nervosismo e desconforto (que podem ocorrer por outros motivos).
Uma pessoa pode ficar nervosa em um depoimento na delegacia de polícia, simplesmente por nunca ter entrado em um lugar assim. Se o policial não tiver muito cuidado, pode acabar interpretando esses sinais de nervosismo como indicadores da mentira.
Então, é óbvio que é possível enganar, não somente o polígrafo, mas também o seu analista.
Uma das técnicas mais conhecidas é
mentir nas perguntas controle. Dessa forma, é possível que os indicadores do SNA se apresentem mais altos devido ao desconforto com a mentira, então, quando a pessoa estiver mentindo e as leituras forem comparadas com as das perguntas controle, não haverá muita diferença. No mínimo o resultado será inconclusivo.
Outra forma de enganar o polígrafo é
ternar a alteração da respiração ou contrair a musculatura. Basta contrair os dedos dos pés para resultar alterações nas leituras. Morder a língua momentos antes de responder pode resultar em aumento da condutância da pele em algumas pessoas por causa da dor. Nos EUA, treinamentos desse tipo são oferecidos para aqueles que precisam passar pelo polígrafo, querem mentir e podem pagar por esse tipo de conhecimento.
Alguns religiosos conseguem
controlar perfeitamente seu SNA, que nesse caso não é tão autônomo assim. A revista Superinteressante de outubro de 2003 traz uma reportagem sobre esse controle:
Os efeitos da meditação sobre o corpo são surpreendentes. Nos primeiros estudos sobre a meditação, na década de 60, o cardiologista Benson, de Harvard, e outros pesquisadores submeteram meditadores a experimentos nos quais a pressão arterial, os ritmos cerebrais e cardíacos e mesmo a temperatura da pele e do reto eram monitorados. Constatou-se então que, enquanto meditavam, eles consumiam 17% menos oxigênio e seu ritmo cardíaco caía para incríveis três batimentos por minuto (a média para pessoas em repouso é de 60 b.p.m.).
É claro que não é necessário ser um monge para ter algum controle sobre o SNA. É possível aprender isso por meio de técnicas de biofeedback.
Os defensores do polígrafo afirmam serem capazes de detectar as tentativas de enganar o teste. Entretanto, não há evidências reais de que sejam capazes de tal feito.
Fonte:
IBRALC mentalismo mágica mentalista entretenimento adulto
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