Leonardo Martins - Mentalista

quinta-feira, 7 de março de 2013

A Curva do Esquecimento

Lendo um livro sobre memorização descobri algo impossível de não compartilhar com os amigos. Talvez a minha mais importante descoberta na área.



Em uma famosa experiência o psicólogo Hermann Ebbinghaus observou o tempo necessário para se armazenar uma informação na memória. Foi aí que se chegou à Curva do Esquecimento.


A Curva do Esquecimento descreve o quanto somos capazes de reter informações recém-adquiridas. A seguir, o funcionamento da curva de informação adquirida após uma palestra de 1 hora de duração.

No primeiro dia, no início da palestra, o estudante sabe algo próximo de 0% do assunto ensinado, justificando o motivo pelo qual a curva se inicia no ponto 0. Desse modo, ao final da palestra, ele saberá 100% do assunto ensinado, ou, ao menos, saberá o máximo que tem condições de aprender, dado o conhecimento prévio sobre o assunto. Assim, após a palestra, a curva chega ao seu ponto máximo.

No segundo dia, se o estudante não tiver feito qualquer revisão do assunto (ler, pensar sobre ele, discutir sobre os tópicos aprendidos), provavelmente terá esquecido de 50% a 80% do que foi aprendido. Observe o gráfico e perceba que o estudante se esquece mais nas primeiras 24 horas após a aquisição do conhecimento do que ao longo de 30 dias, e que, ao final de trinta dias, restarão apenas 2% a 3% de toda informação adquirida no primeiro dia. Assim, ao final dos 30 dias, ele terá a impressão de nunca ter ouvido falar do assunto estudado, precisando estudar tudo desde o início.

No entanto, é possível mudar a forma da curva do esquecimento. Nosso cérebro grava constantemente informações de maneira temporária - conversas no corredor da faculdade, a roupa que você estava usando no dia anterior, o nome de amigos apresentados em uma reunião, a música que acabou de tocar no rádio - se não criarmos códigos de memória importantes, toda essa informação será descartada.

Cada revisão que fazemos do conhecimento recém-adquirido cria novos códigos de memória, fixando a informação cada vez mais.

Uma fórmula de revisão interessante seria a seguinte: Observe que essa revisão deve ser feita nas primeiras 24 horas após a aquisição do conhecimento, por ser justamente o período em que ocorre a maior parte do esquecimento; ela será suficiente para "segurar" na memória toda a informação aprendida em sala de aula. Uma semana depois (7 dias), para cada hora de aula expositiva, você precisará de apenas 5 minutos para "reativar" o mesmo material e fazer o grau de aprendizado subir para 100% mais uma vez. e ao final de trinta dias, será preciso apenas 2 a 4 minutos para obter novamente os 100% da curva de aprendizagem.

Alguns alunos dizem que não têm tempo para esse tipo de revisão, mas nada justifica essa alegação, visto que o maior ganho com as revisões se refere principalmente ao tempo. Se, ao longo de 30 dias , os estudantes nenhum tipo de revisão, eles precisarão de mais 50 minutos de estudo para cada hora de aula expositiva. Dado o inevitável acúmulo de matéria, provavelmente o aluno despenderá muito mais tempo do que se tivesse simplesmente feito um bom calendário de revisões.

A ausência de revisões também comprometerá o fenômeno da reminiscência (o que se mantém na memória), já que a memória não costuma funcionar muito bem quando trabalha com sobrecarga e pouco tempo disponível.

Fonte: Livro "Mentes Geniais" de Alberto Dell'Isola

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