Nas batalhas do Pacífico, durante a Segunda Guerra Mundial, era comum o fato de soldados americanos montarem postos avançados de combate, onde tentavam manter um relacionamento amistoso com os nativos destas ilhas, e, para facilitar, costumavam dar alguns presentes como bugigangas e alimentos.
Quando nativos observaram a entrega de materiais por encomendas (cargas), geralmente grupos militares recebendo suprimentos aviões, não compreendiam a origem destas cargas e atribuíam isto a causas sobrenaturais.
Quando a guerra acabou e os presentes se foram, os nativos, lembrando-se de como os presentes vinham daqueles pássaros metálicos, decidiram construir réplicas de madeira, imaginando que talvez desta forma os presentes pudessem ser magicamente atraídos. Além das réplicas, os nativos também abriram clareiras na mata para criar pistas de pouso para atrair os aviões, acendendo fogueiras que imitavam as luzes que guiam os pilotos. Muitas vezes grupos imitaram também ritualisticamente a forma de andar e se vestir dos militares na esperança de receber também a "carga" destas entidades sobrenaturais.
Na Ilha de Tanna, os cultos assumiram formas mais complexas. Os mais velhos imaginaram que, se comportando como os antigos visitantes, os presentes seriam atraídos. Para isso, no dia 15 de fevereiro de cada ano, uma bandeira dos Estados Unidos é hasteada e os mais velhos vestem os poucos uniformes que lhes foram deixados pelos soldados. Outros desfilam e dançam com pedaços de madeira imitando fuzis.
Eles também possuem um messias: os nativos esperam por John Frum, o filho de deus que, vindo acompanhado de um exército de mortos, fará com que os nativos retornem às antigas tradições em um evento apocalíptico. John Frum assume vários rostos: o de um nativo, um homem branco ou até mesmo um soldado americano negro.
Há algumas versões que tentam explicar quem teria sido "John Frum". Alguns estudiosos dizem que este seria o nome bordado no uniforme de algum soldado americano que teria tido maior contato com os nativos, mas outros dizem que muitos soldados apresentavam-se como "John from America", e a lembrança de uma parte desta frase muitas vezes ouvida teria se transformado em "John Frum".
Fonte: Livro Deus: Um Delírio, de Richard Dawkins
Texto de Diego Vieira
Administração Imagens Históricas mentalismo mágica mentalista entretenimento adulto
Nenhum comentário:
Postar um comentário