A Epidemia de Dança de 1518
Epidemia de Dança de 1518 foi um caso de dançomania ocorrido em Estrasburgo, França (então parte do Sacro Império Romano-Germânico) em julho de 1518. Diversas pessoas dançaram sem descanso por dias a fio e, no período de aproximadamente um mês, a maioria caiu morta em consequência de ataques cardíacos, derrames ou exaustão.
Gravura de Henricus Hondius retratando três mulheres acometidas pela praga. Obra baseada em desenho original de Pieter Bruegel, que teria testemunhado um dos surtos subsequentes em 1564 na região de Flandres.
O fenômeno começou quando uma mulher, Frau Troffea, começou a dançar incontrolavelmente em uma rua de Estrasburgo. Isto durou em torno de quatro a seis dias. Com uma semana, outras trinta e quatro pessoas haviam-se juntado a ela, e em um mês, havia aproximadamente 400 dançarinos nas ruas. Muitas dessas pessoas eventualmente morreram de ataque cardíaco, derrame ou exaustão.
Documentos históricos, incluindo "observações médicas, sermões catedráticos, crônicas locais e regionais, e mesmo notas divulgadas pelo conselho municipal de Estrasburgo" deixam claro que as vítimas estavam dançando. O motivo de essas pessoas dançarem obstinadamente até a morte nunca foi esclarecido.
Enquanto a epidemia se espalhava, nobres locais, preocupados com a situação, procuraram o conselho de médicos da região, que descartaram a possibilidade de causas astrológicas ou sobrenaturais, diagnosticando o problema como uma "doença natural" causada por "sangue quente". Ao invés de prescrever a sangria, as autoridades no entanto encorajaram as pessoas a continurem dançando, abrindo dois salões, um mercado de grãos e até mesmo um palco de madeira no local do fenômeno.
Isto foi feito na crença de que os dançarinos só se recuperariam se continuassem a dançar dia e noite. Para aumentar a efetividade da cura, as autoridades chegaram inclusive a contratar músicos para manter os afligidos em movimento. Alguns dos dançarinos foram levados a um santuário, onde buscou-se uma cura para seu problema, que naturalmente não foi alcançada.
Teoria do contágio emocional
Desde o século XIX que se vem formulando teorias sobre o contágio emocional e propagação e emoções, assumindo proporções de verdadeiras epidemias, como o episódio referido pelo pesquisador do humor Christian F. Hempelmann ocorrida no oeste da África, em 1962, atingindo milhares de pessoas com ataques incontrolados de riso que duravam várias horas, ficando conhecido como a "epidemia de riso de Tanganika".
Nos escritos de Nina Rodrigues (1862-1906) reunidos e publicados postumamente por Artur Ramos sobre coletividades anormais há descrições de manifestações coletivas de aparência coreiforme (Choreomania; Contribuições para o estudo da astasia-abasia; Abasia choreiforme epidêmica do Norte do Brasil) e do comportamento descontrolado e criminoso das multidões (A loucura das multidões) onde inclusive aborda o problema da Guerra de Canudos sendo uma de suas referências as teorias sobre o comportamento das multidões de Gustave Le Bon (1841 -1931) com suas características de excessiva sugestionabilidade (contagiosa) e baixo controle moral (lei da unidade mental das multidões) posteriormente revistos por Sigmund Freud (1856 — 1939) na sua "Psicologia de Grupo e a Análise do Ego" de 1921, onde o fenômeno é abordado como um dos aspectos da identificação no âmbito da teoria psicanalítica.
Fonte: Wikipedia [1] e [2] mentalismo mágica mentalista entretenimento adulto
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