Leonardo Martins - Mentalista

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

As reações do seu corpo diante do perigo

A anatomia funcional das respostas de alerta e estresse em situações de percepção de perigo


Em situações de perigo, todos exibimos fortes reações. Mobilizamos intensamente nossos recursos fisiológicos, culminado com uma resposta cujo sinal mais visível é a fuga imediata. A manifestação dessa resposta envolve uma integração neurológica complexa, mas não a capacidade cognitiva. Nesses momentos, as pessoas não raciocinam. Na maior parte dos casos, a percepção é acompanhada de uma forte emoção de medo. O padrão de resposta das pessoas ao estímulo varia. Algumas reagem com grande velocidade e objetividade, ao passo que outras são mais lentas, a ponto de arriscar sua vida e a de outros.

Como é detonado o estado de alerta?


À iminência de risco, algum estímulo desencadeia esse estado. O que é sinal de perigo para um pode não ser para outro. A visão de fogo ou de um animal predador, um rugido ou um trovão são desencadeadores dos quais a maioria das pessoas compartilha. Alguns, entretanto, podem ter nítida reação de alerta e medo após a visão de uma barata, enquanto outros não modificam seu estado emocional ao deparar com o inseto. O fato relevante é que, independentemente do conteúdo do estímulo, este é necessário para que a resposta de alerta seja gerada.


A superfície de nosso corpo é dotada de receptores capazes de captar estímulos visuais, químicos, sonoros e táteis. Esses estímulos geram potencial elétrico nos receptores e, portanto, corrente elétrica, que navega pelas vias nervosas em direção ao sistema nervoso central. Tais vias, chamadas de aferentes, são, então, processadas por outro conjunto de células nervosas do sistema nervoso central. Em consequência, produz-se a percepção, que deve criar uma ou mais respostas motoras em glândulas, músculos e ainda afetar dinamicamente outras áreas do sistema nervoso central, gerando novas ondas de respostas. O conjunto de todas essas respostas pode ser chamado de comportamento - algo complexo, cuja fisiologia é mais subjetiva.

O estudo da neurofisiologia dos diferentes tipos de estímulo


Existem vários canais sensoriais específicos. O canal visual, por exemplo, fica incumbido de analisar o caminho do estímulo desde a superfície do corpo, passando pelo aparelho condutor de estímulos: o cristalino, o humor vítreo e o aquoso. O estímulo chega, então, aos receptores, que são as células fotossensíveis da retina. Segue daí para as vias nervosas aferentes (nervos ópticos), que o conduz aos centros sensoriais do sistema nervoso central. No caso da visão, temos um processamento inicial nos núcleos geniculados. São duas pequenas regiões localizadas na porção do tálamo. Lembre da importância dessa estrutura como região de convergência e distribuição de conexões neurais no encéfalo. Esses núcleos talâmicos ligam-se a uma parte mais externa do cérebro chamada córtex - no caso da visão, é o córtex visual, localizado na porção occipital da cabeça.

Processamento das informações vindas dos diversos canais sensoriais


Como reagimos quando estamos inundados de emoções? Será que essa percepção de perigo é a adequada? a amídala possui diversas conexões com o córtex pré-frontal, que deve fazer os ajustes necessários, julgando a emoção e suprimindo-a, se for o caso. Existem diversas síndromes patológicas associadas a lesões pré-frontais - como um AVC (acidente vascular cerebral) nessa região - em que os pacientes perdem a habilidade de lidar com suas emoções e produzem reações desajustadas. O córtex pré-frontal pode distinguir um estímulo real de uma brincadeira de mau gosto.

A arquitetura neural evoluiu de tal forma que responde com um padrão médio eficiênte em determinadas situações encontradas no ambiente natural. Mas pode, e muito, melhorar seu tempo de resposta com treinamento.


Adaptado de: Revista Escola
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