Leonardo Martins - Mentalista

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Rituais mágicos repetitivos e demorados são considerados mais eficazes


Texto completo traduzido pelo meu amigo Antônio Azevedo no Blog Psicomagia

AUSTIN, Texas – Mesmo nesta idade moderna da ciência, as pessoas tendem a encontrar lógica em rituais sobrenaturais que requerem um grau elevado de tempo e esforço, de acordo com nova pesquisa da Universidade do Texas em Austin.

O estudo, publicado na edição de junho da Revista Cognition, é a primeira análise psicológica de como as pessoas de várias culturas avaliam a eficácia das crenças ritualísticas. Os resultados fornecem uma nova visão sobre os processos de raciocínio cognitivo – e como as pessoas intuitivamente criam sentido sobre o desconhecido.

“Uma das características mais marcantes da cognição humana é a capacidade de usar o raciocínio sobrenatural para explicar o mundo ao nosso redor”, disse Cristine Legare, professor assistente no Departamento de Psicologia da Universidade do Texas em Austin. “Nós defendemos que as características do ritual são o produto de como um sistema cognitivo evoluiu.”

A relação de causa e efeito do pensamento é fundamental para a sobrevivência humana, Legare disse. Então é natural que as pessoas busquem encontrar lógica em rituais sobrenaturais que enfatizem a repetição e as etapas processuais. Se fazer algo uma vez tem algum efeito, então repeti-lo deve ter um efeito maior. Por exemplo, se um mecânico diz que algo foi inspecionados cinco vezes, a frequência de suas ações leva o cliente a superestimar a eficácia de seu trabalho.

Para descobrir como as pessoas avaliam a eficácia de rituais mágicos, Legare e o aluno de graduação André Souza realizou um estudo no Brasil, um país impregnado de rituais chamados “simpatias”. Usadas para resolver problemas tão variados quanto parar de fumar, curar asma e afastar a má sorte, simpatias são rituais que envolvem fórmulas compostas de várias etapas e repetições.

Os psicólogos apresentaram a 162 respondentes brasileiros várias versões desses rituais. Cada um foi modificado com características diferentes, tais como a repetição de procedimentos, o número de passos, o número de itens utilizados, e à presença de ícones religiosos.

Como parte do estudo, Legare perguntou aos entrevistados que avaliassem a eficácia de cada ritual. Segundo os resultados, três elementos das simpatias teve a maior influência: número de etapas, a repetição de procedimentos e um tempo especificado.

Para ver como rituais mágicos são percebidos através das culturas, os pesquisadores realizaram o mesmo estudo com 68 entrevistados norte-americanos de várias origens religiosas e níveis sócioeconômicos. Como os pesquisadores esperavam, a maioria dos entrevistados não acreditavam em simpatias. No entanto, semelhante ao dos brasileiros, eles eram mais inclinados a crer em rituais que envolvem numerosas repetições e etapas. Por exemplo, deram uma maior classificação para o ritual abaixo, de cura da tristeza, que envolve numerosas etapas e repetições:

“Em um recipiente de metal, coloque as folhas de uma rosa branca. Depois disso, ateie fogo às folhas. Recolha a cinza restante das folhas e coloque em um saco plástico pequeno. Pegue o pequeno saco plástico e deixe-o em uma encruzilhada. Repita o procedimento durante sete dias seguidos.”

Embora simpatias são principalmente praticadas no Brasil, rituais mágicos e outras superstições são amplamente aceitos nos Estados Unidos. Os resultados do estudo fornecem uma visão mais aprofundada de como as pessoas encontram lógica no sobrenatural, independentemente de provas concretas.

Texto original aqui

Contribuição da minha amiga Maffalda
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