Leonardo Martins - Mentalista

terça-feira, 27 de março de 2012

Cartas para Jogar no Brasil


Foto acima: Padrão Bongoût cartas para jogar, com cenas especiais do Brasil nos Ases, feitas pela A. Van Genechten, Belgium, 1870. Litografia em estampilha colorida.

A impressão no Brasil era controlada pelo Governo Português, embora algumas impressões não autorizadas acontecessem. A produção de cartas de baralho no Brasil foi oficialmente sancionada quando um alvará régio (carta ou documento que concede certos direitos e privilégios) de 08 de agosto de 1770 deu "privilégios e isenções fiscais para as pessoas ocupadas em fazer cartas de baralho" na Bahia. Um decreto real em 1808, estabelecia no Brasil, a Real Fábrica de Cartas de Jogar como parte da Impressão Real, em um arranjo similar ao de Lisboa, para a impressão de cartas de jogar.

O monopólio veio à tona quando uma clandestina fábrica de cartas para jogar foi descoberta na Bahia, e seus maquinários e utensílios foram confiscados pela Fábrica de Cartas em 1815. Além disso, o contrabando de cartas de jogar foi denunciado na Bahia em 1817. Em 1818, a Real Fábrica de Cartas de Jogar foi arrendado por Jayme Mendes de Vasconcelos & Cia. Ltda. mas o contrato foi cancelado em 1823 devido à falta de pagamento do aluguel. O monopólio para o comércio de cartas para jogos foi abolido no ano seguinte. Nenhum baralho tipo espanhol da Fábrica Real sobreviveu. Em 1824, Angelo Bissum, Manuel Luiz da Costa e Antonio José Polycarpo ganharam a permissão para abrir a sua própria fábrica de baralhos.

Um anúncio de jornal de 1826 dizia: "Carta portuguesas feitas na França tem o mesmo preço que as feitas no Rio de Janeiro". Várias gráficas e fábricas de baralhos estrangeiros eram conhecidas por terem se instalado no Brasil durante o século 19. Azevedo ("Fábrica Caxias") e Lafayette eram fabricantes de cigarros no Recife, na virada do século. Eles tinham uma prensa litográfica para imprimir etiquetas de cigarros e também usaram suas máquinas para fazer baralhos por décadas. Foi provavelmente por causa do fim da Real Fábrica de Cartas de Jogar que os fabricantes belgas e alemães praticamente assumiram os mercados brasileiro e português, e isso também fez com que trouxesse fim ao padrão Português em favor dos modelos Espanhol, Alemão e Inglês.

Durante o século 19 houve uma moda de jogar cartas com cenas exóticas sobre os quatro ases. O fabricante alemão C.L. Wüst produziu um elegante baralho com cenas exóticas do Brasil nos Ases. Muitos outros foram produzidos por fabricantes belgas e comercializado como "Cartes Portugaises OU Brésiliennes".

Fonte
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