Werner Herzog destila sua veia iconoclasta filmando conto de romantismo com atores hipnotizados
O filme alemão, “Coração de Cristal” (Herz aus Glas, Alemanha, 1976). Foi dirigido por Werner Herzog.
O projeto do longa-metragem nasceu do fascínio que o cineasta desenvolvera pelo hipnotismo. Anos depois, Herzog diria que o primeiro objetivo do projeto, nos estágios iniciais de criação, era tentar hipnotizar a platéia durante a exibição. Para que isto fosse possível, o diretor chegou a realizar testes. A idéia era aparecer na frente da câmera, logo na primeira seqüência, e falar diretamente aos espectadores, com um pêndulo, hipnotizando-os para que vissem o filme sob efeito da hipnose. O cineasta chegou a fazer testes com amigos, hipnotizando-os através das imagens de uma câmera de vídeo.
No entanto, esta ideia doida acabaria descartada porque se mostraria completamente anti-narrativa (e talvez os espectadores hipnotizados não se lembrassem do filme ao fim da sessão). Desta forma, Herzog optou por uma decisão radical, mas menos intrusiva. Ele decidiu que todos os atores atuariam hipnotizados, e assim foi feito. O resultado é um filme espectral, fantasmagórico, em que os seres humanos se movem lentamente, com os olhos semicerrados, recitando as falas como se houvessem tomado soníferos potentes ou fumado maconha. Não há registro de uma experiência tão iconoclasta na história do cinema.
Sinopse:
O tema central é a desagregação de uma aldeia de artesãos na Alemanha, século XVIII, a partir da morte de um mestre vidraceiro que leva consigo o segredo da fórmula de fabricação do "vidro-rubi". Premonições, previsões que se realizam, fenômenos paranormais e momentos de delírio e violência contribuem para sustentar o clima mórbido da Baviera.
Filme: Coração de Cristal (Herz aus Glas, Alemanha, 1976)
Direção: Werner Herzog
Elenco: Josef Bierbichler, Stefan Güttler, Clemens Scheitz, Sonja Skiba Duração: 93 minutos
Dica do meu amigo, Ed Rocha
Adaptado de: Cine Reporter mentalismo mágica mentalista entretenimento adulto
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