Leonardo Martins - Mentalista

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Nossas preferências são induzidas por nossas escolhas

Este efeito robusto e duradouro tem implicações em um conjunto diversificado de áreas, incluindo economia, marketing, e até mesmo nas relações interpessoais. 


Você está em uma loja tentando escolher entre camisas semelhantes, uma azul e uma verde. Para você não faz a menor diferença entre uma ou outra, mas eventualmente você decide comprar a verde. Ao sair da loja um pesquisador de mercado lhe pergunta sobre sua aquisição e qual a camisa que você prefere. As chances são altas de que você diga que realmente prefere a verde, a camisa que você escolheu.


Como se vê, essa preferência induzida pela escolha não se limita a camisas. Se estamos escolhendo entre os candidatos presidenciais ou objetos de uso doméstico, a pesquisa mostra que passamos a dar mais valor sobre as opções que escolhemos e menos valor sobre as opções que rejeitamos.

Uma maneira de explicar esse efeito é através da idéia da dissonância cognitiva. Fazer uma seleção entre duas opções que sentimos é praticamente o mesmo que criar uma sensação de dissonância - afinal, como podemos escolher se nós realmente não preferimos uma opção pela outra? Re-avaliar as opções, depois que fazemos nossa escolha, pode ser uma forma de resolver esta dissonância.

Esse fenômeno tem sido demonstrado em vários estudos, mas os estudos só examinavam mudanças de preferência logo após os participantes tomarem sua decisão. As pesquisa existentes não diziam se essas mudanças na preferência eram realmente estáveis ​​a longo prazo.

Em um novo artigo publicado na Psychological Science, uma publicação da Association for Psychological Science, a pesquisadora Tali Sharot da University College de Londres, e seus colegas examinaram se mudanças nas preferências induzidas pelas escolhas são fugazes ou de longa duração.

Os pesquisadores pediram a 39 participantes de graduação para avaliar a conveniência de 80 destinos de férias diferentes, e classificar quão felizes eles pensam que seriam se fossem de férias ao local. Depois, foram apresentados a pares de destinos de férias semelhantes. Eles escolheram qual destino eles preferiam. Os participantes avaliaram os destinos de novo, imediatamente depois de fazerem suas escolhas, e mais uma vez três anos depois.

Para testar se um sentido de intervenção sobre a decisão faz diferença na mudança de preferência induzida por escolha, os pesquisadores analisaram as preferências dos participantes quando os participantes faziam suas escolhas por instrução de um computador.

Os resultados sugerem que o ato de escolher entre duas opções semelhantes pode levar a mudanças duradouras de preferência. Os participantes classificaram como destinos de férias mais desejável tanto imediatamente após escolhê-los, como novamente, três anos mais tarde. Essa mudança só ocorreu, no entanto, como se tivessem feito a escolha original por eles mesmos. Os pesquisadores observaram que não houve mudança nas preferências dos participantes mesmo quando o computador instruiu suas escolhas.

Sharot e seus colegas argumentam que o fato de ser este efeito robusto e duradouro tem implicações para um conjunto diversificado de áreas, incluindo economia, marketing, e até mesmo nas relações interpessoais. Como, por exemplo, repetidamente votar em um determinado partido político pode consolidar essa preferência por um longo período de tempo.

Artigo fonte: Association for Psychological Science

Posts relacionados
Revelando a Psicologia da Mágica de Cartas
Neurociência e Escolha Livre
O Livre Arbítrio Não Existe
Para receber artigos como este em seu facebook, é só curtir a minha página

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...